Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/05/1452311-novo-teste-genetico-e-capaz-de-evitar-cirurgia-da-tireoide.shtml
Disponível nos Estados Unidos desde 2011, o PEG (Perfil de Expresso Genética)permite avaliar a expressão de 167 genes a partir do material coletado numa punção do nódulo da tireóide.
A análise da expressão do gene identifica alterações não visíveis no exame citológico, teste usado hoje para o diagnóstico. Esse exame identifica alterações na própria célula, como núcleos maiores, e não as falhas na expresso do gene que levam às alterações –como faz o PEG
A avaliação genética diagnostica com 95% de precisão se um nódulo é benigno. O desempenho do teste foi publicado no “New England Journal of Medicine” em 2012.
Hoje, entre 15% e 30% dos exames são inconclusivos. “Sem um resultado não preciso, o médico só vai saber se o nódulo é maligno ou não na cirurgia”, diz Rosa Paula Mello Biscolla, assessora em endocrinologia do Fleury Medicina e Sade, que oferece o teste.
Estudos mostram que entre 60% e 80% dos casos o nódulos na tireóide removida na cirurgia era benigno. Segundo o cirurgião oncológico Luiz Paulo Kowalski, nesses casos que o teste é útil.
Estima-se que o exame pode reduzir o número de cirurgias desnecessárias em 90% nos pacientes que tiveram o exame citológico com resultado indeterminado e passavam pela operação sem, de fato, terem câncer.
Na avaliação do clínico geral Gustavo Gusso, professor da USP, o teste está vindo para corrigir um erro anterior: o excesso de ultrassonografias de tireoóide sem necessidade.
“Ultrassom de tireóide não deve ser feito como rotina por quem não tem queixas. Quase sempre dá um nodulozinho e a entramos numa ‘cascata diagnóstica’ [vários exames complementares], com consequências psicológicas.”
Para ele, se não houvesse tanta ultrassonografia desnecessária, o exame genético “quase perderia o sentido”, porque seria usado por um número mínimo de pessoas.
A remoção da tireóide implica fazer terapia de substituição hormonal pelo resto da vida. A glândula produz hormônios importantes que regulam o metabolismo.
Na cirurgia também pode ocorrer lesão de nervo próximo à corda vocal, o que leva rouquidão ou a infecções.
CUSTOS
O novo teste pode também ajudar a cortar custos na área da saúde, segundo estudo da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins.
Projeções do estudo mostraram que se o teste fosse utilizado universalmente nos EUA para pacientes cujo teste inicial foi inconclusivo, seriam economizados US$ 122 milhes a cada ano, com a redução de cirurgias. O programa nacional de seguro saúde dos EUA cobre o teste.
No Brasil, o exame custa R$ 9 mil na rede privada sem cobertura por planos de saúde. Com ele, também há um risco de 5% de os tumores benignos serem, na verdade, malignos.
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